Poucos sabem que a definição de terrenos de marinha remonta ao século XVI, quando a Coroa Portuguesa delimitou áreas costeiras para garantir o controle estratégico sobre a navegação e o comércio. Essa origem histórica carrega implicações que reverberam até hoje.
Entender essa raiz é fundamental para advogados ambientais, pois o caráter patrimonial do Estado sobre essas áreas afeta diretamente a legislação moderna e a gestão territorial.
Compreender a evolução histórica ajuda a desvendar como essas áreas passaram de um conceito militar para uma questão ambiental e jurídica de grande relevância nos dias atuais.
Uma das maiores polêmicas sobre terrenos de marinha é a delimitação exata dessas áreas. Muitos proprietários desconhecem que seus imóveis podem estar parcialmente ou totalmente inseridos nessas faixas.
A legislação estipula que terrenos de marinha são aqueles situados até 33 metros da linha da preamar média de 1831. No entanto, a medição dessa linha é cheia de ambiguidades e disputas judiciais.
Essa indefinição pode gerar insegurança jurídica e oportunidades para advogados bem informados auxiliarem seus clientes em questões de regularização fundiária.
O laudêmio é uma taxa que surpreende muitos proprietários, mas é um dos pilares das receitas relacionadas a terrenos de marinha. Esse valor é devido ao Estado em transações de compra e venda de imóveis situados nessas áreas.
Embora seja amplamente criticado, o laudêmio é um ponto crucial para advogados ambientais que desejam explorar teses de isenção ou questionamento de cobranças indevidas.
Conhecer os fundamentos legais do laudêmio e como ele se relaciona com os terrenos de marinha é uma vantagem estratégica para qualquer advogado que queira se destacar.
Terrenos de marinha não são apenas uma questão fundiária; eles desempenham um papel essencial na preservação de ecossistemas costeiros. Manguezais, restingas e áreas de proteção ambiental muitas vezes estão situados nesses terrenos.
Por serem áreas de interface entre terra e mar, esses terrenos enfrentam riscos crescentes devido às mudanças climáticas e à pressão imobiliária.
Advogados ambientais têm a chance de atuar em prol da sustentabilidade, utilizando argumentos baseados na proteção dos biomas costeiros para defender interesses sociais e ecológicos.
Muitos casos emblemáticos de disputas fundiárias e ambientais envolvem terrenos de marinha, seja por causa de construções irregulares, seja por demandas relacionadas à ocupação de áreas públicas.
Essas disputas frequentemente exigem conhecimento técnico aprofundado, o que torna o advogado especializado indispensável em processos judiciais e administrativos.
Além disso, o domínio sobre a legislação de terrenos de marinha pode permitir que advogados assumam posições de liderança em litígios complexos e de alto impacto.
Reformas legislativas nos últimos anos trouxeram novas nuances para os terrenos de marinha, incluindo discussões sobre a extinção da cobrança de taxas como o foro e o laudêmio.
Essas mudanças geram um ambiente dinâmico e desafiador para advogados, que precisam se manter atualizados para oferecer as melhores soluções aos seus clientes.
Além disso, as alterações legais podem abrir espaço para novas interpretações e oportunidades estratégicas no direito ambiental e patrimonial.
A atuação em terrenos de marinha vai além das disputas judiciais. Há oportunidades em consultoria para regularização fundiária, assessoria em empreendimentos sustentáveis e mediação de conflitos.
Além disso, com a crescente conscientização sobre a proteção ambiental, o advogado pode se posicionar como um agente transformador ao equilibrar os interesses econômicos e ecológicos nessas áreas.
A especialização em terrenos de marinha pode ser o diferencial que coloca um profissional à frente no mercado jurídico ambiental, agregando valor aos seus serviços e criando novas possibilidades de carreira.