A simplicidade pode parecer um conceito banal em um universo tão complexo como o jurídico, mas, para advogados, ela representa um caminho estratégico e poderoso. A clareza e objetividade nos documentos e na comunicação com os clientes são diferenciais que não apenas agilizam o trabalho, mas também fortalecem a confiança entre advogado e cliente.
O que muitos advogados ainda não perceberam é que simplificar não significa perder tecnicidade ou formalidade. Pelo contrário, implica dominar completamente a prática, sendo capaz de transformar termos complexos e rígidos em algo compreensível e transparente. A simplicidade não diminui o valor de uma escritura pública; ela amplia o seu alcance e reforça sua função primordial: garantir segurança jurídica.
Ao longo deste guia, exploraremos como aplicar a simplicidade em cada etapa da elaboração de uma escritura pública, desde o atendimento ao cliente até a redação final do documento, abordando como tornar o processo mais eficiente e acessível.
As escrituras públicas são documentos com valor legal que oficializam transações importantes. Entretanto, a forma como são tradicionalmente redigidas pode criar uma barreira entre o conteúdo e o entendimento do cliente. A simplicidade resolve essa questão ao transformar o processo em algo menos intimidante e mais acessível.
Um dos principais motivos para investir na simplicidade é a confiança do cliente. Muitos se sentem inseguros ao assinar um documento que não compreendem totalmente, mas, quando a linguagem é direta e as informações são apresentadas de forma clara, eles passam a enxergar o advogado como um facilitador, e não como alguém que complica suas transações.
Além disso, uma escritura pública simplificada reduz o tempo necessário para o cliente entender o documento, o que significa menos revisões e maior agilidade no processo de finalização. Este é um benefício direto não apenas para o cliente, mas também para o advogado, que economiza tempo e recursos.
Para aplicar a simplicidade de maneira eficaz, o primeiro passo é entender o objetivo de cada elemento presente na escritura pública. Identificar o que realmente importa permite que o advogado elimine detalhes desnecessários que poderiam confundir ou distrair o cliente.
Em seguida, é essencial utilizar uma linguagem direta, preferencialmente evitando jargões ou, caso necessário, explicando-os de forma breve. Cada parágrafo da escritura deve ter uma função clara e expressa, facilitando a compreensão do cliente e evitando interpretações equivocadas.
Outro ponto chave é a estrutura do documento. Criar uma ordem lógica e fluída, com tópicos bem definidos e organizados, permite que o cliente identifique facilmente as informações de maior interesse, como os direitos e deveres descritos na escritura.
A simplificação na escritura pública traz benefícios diretos para ambas as partes. Para o cliente, ter um documento compreensível significa maior segurança e um processo menos desgastante, eliminando o receio de assinar algo que não entendem completamente.
Para o advogado, a simplicidade gera valor ao seu serviço. Clientes satisfeitos, que entendem os documentos e confiam na transparência do profissional, estão mais propensos a recomendar o advogado e retornar em futuras necessidades jurídicas. Isso cria uma relação de longo prazo que beneficia ambos os lados.
Além disso, a eficiência é outro ponto a favor. Com menos tempo gasto em explicações e revisões, o advogado pode dedicar mais atenção a outros casos ou processos, aumentando sua produtividade e, potencialmente, sua lucratividade.
Simplificar uma escritura pública não significa retirar o valor jurídico ou omitir detalhes cruciais. É necessário, sim, manter a precisão e a formalidade, mas expressando-as de maneira que o cliente possa assimilar. Isso exige habilidade técnica e uma compreensão profunda do direito.
Um exemplo prático é a forma de descrever obrigações e responsabilidades. Em vez de usar parágrafos extensos e técnicos, opte por frases mais curtas e objetivas. Liste os principais pontos com marcadores, se possível, e utilize subtítulos para organizar a informação de maneira visualmente clara.
Dessa forma, o advogado preserva a integridade do documento e, ao mesmo tempo, facilita o entendimento do cliente, que passa a ver o processo como mais seguro e acessível.
Um exemplo prático de simplificação é na redação de uma escritura de compra e venda. Em vez de incluir cláusulas longas e prolixas, o advogado pode optar por pontos diretos, como: 'O vendedor declara ser o legítimo proprietário do bem', 'O comprador concorda com as condições estabelecidas'. Dessa forma, elimina-se a redundância sem comprometer a validade jurídica.
Outro exemplo é o uso de tabelas ou listas para expor informações, como os bens envolvidos ou os termos de pagamento. Visualmente, esses elementos organizam o conteúdo e tornam o documento mais atraente e de fácil assimilação para o cliente.
Essas técnicas não apenas aumentam a clareza, mas também agilizam a revisão, pois tanto o cliente quanto o advogado podem localizar rapidamente as informações necessárias, reduzindo o tempo de leitura e interpretação.
Uma comunicação simplificada com o cliente começa com uma escuta ativa. Entender as dúvidas e os pontos de insegurança do cliente permite que o advogado adapte sua abordagem e ofereça explicações claras e concisas, direcionadas para o que realmente importa ao cliente.
Explique o processo de forma didática, evitando jargões e termos técnicos. Quando necessário, use analogias para que o cliente possa associar a situação jurídica com algo que ele já conheça ou vivencie. Isso cria uma ponte entre o conhecimento técnico e o cotidiano do cliente.
Além disso, mantenha uma postura acessível e aberta a perguntas. Lembre-se de que cada cliente é único e que, para muitos, o contato com o mundo jurídico pode ser intimidante. Ao adotar uma comunicação simplificada, o advogado contribui para tornar a experiência do cliente mais leve e transparente.
Um advogado que adota a simplicidade como princípio em seu trabalho é visto como alguém confiável e profissional. Essa postura aumenta a satisfação do cliente, que percebe o advogado como alguém que facilita o processo e se preocupa com sua compreensão e segurança.
A imagem de um advogado que trabalha com transparência e clareza também contribui para a retenção de clientes e geração de indicações. Clientes satisfeitos são mais propensos a recomendar um profissional a amigos e familiares, o que é um ponto valioso para a construção de uma boa reputação no mercado.
Assim, ao investir na simplicidade, o advogado não está apenas facilitando seu próprio trabalho, mas também criando uma marca pessoal que o diferencia no setor jurídico e o aproxima do cliente.
A simplicidade na elaboração de escrituras públicas não é uma tendência passageira, mas uma necessidade para advogados que desejam oferecer um serviço mais eficaz e acessível. Este guia demonstrou como a simplicidade beneficia tanto o advogado quanto o cliente, criando um ambiente de confiança e agilidade no atendimento.
Ao adotar práticas de simplificação, o advogado aprimora sua imagem profissional e otimiza seu tempo, aumentando o valor do serviço prestado. A simplicidade não compromete a segurança jurídica; ao contrário, ela a reforça, eliminando barreiras de compreensão e evitando possíveis conflitos.
Aplique as técnicas apresentadas neste guia e observe como a simplicidade pode transformar sua prática jurídica, levando-a a um novo patamar de eficiência e satisfação do cliente.