Em casos de direito de posse, a prova documental é uma das mais sólidas formas de demonstrar a legitimidade da posse de um bem. No entanto, muitos advogados cometem o erro de subestimar a necessidade de uma coleta detalhada e organizada de documentos que comprovem o tempo, a continuidade e o caráter público da posse. Deixar de lado essa etapa crucial pode enfraquecer o caso, fazendo com que o advogado dependa apenas de testemunhas, cuja credibilidade pode ser questionada em tribunal.
Um erro fatal nesse aspecto é confiar unicamente em depoimentos verbais ou em documentos não oficiais, acreditando que eles suprirão as exigências do juiz. Sem registros formais, como contratos, declarações de antigos proprietários ou recibos de impostos pagos ao longo dos anos, o cliente pode parecer incapaz de provar seu direito. Esses documentos reforçam o vínculo da posse com o cliente e demonstram a seriedade de seu interesse no bem.
Portanto, é essencial que o advogado dedique tempo e atenção à coleta e organização da documentação antes de ingressar com a ação de direito de posse. Orientar o cliente a reunir provas, antecipando a necessidade de documentos específicos, evita surpresas desagradáveis e fortalece a argumentação na defesa de seus direitos, aumentando a chance de um julgamento favorável.
A boa-fé do possuidor é um elemento que fortalece consideravelmente a legitimidade de uma posse e, portanto, deve ser uma prioridade na construção do caso. Muitos advogados, no entanto, deixam de se concentrar nesse ponto, acreditando erroneamente que a simples alegação de posse já basta para garantir a proteção legal. Esse erro pode resultar em decisões desfavoráveis, especialmente quando o advogado da parte contrária levanta dúvidas sobre a conduta e intenção do possuidor.
Demonstrar boa-fé envolve provar que o cliente agiu com transparência e que não sabia de impedimentos legais ou de possíveis disputas em relação à posse do bem. Documentos que mostrem uma tentativa de compra formalizada, contatos com o proprietário anterior ou qualquer evidência de que o possuidor desconhecia qualquer conflito em relação à propriedade são essenciais.
Construir essa narrativa de boa-fé exige uma abordagem estratégica e uma coleta robusta de evidências. Ignorar esse aspecto pode desarmar a defesa do cliente, enfraquecendo o caso. Além disso, a ausência de provas de boa-fé pode ser interpretada como má conduta, comprometendo ainda mais a decisão final e o prestígio do advogado responsável.
Um erro comum, e muitas vezes fatal, é a falta de uma estratégia de argumentação bem definida. Advogados que não preparam cuidadosamente sua linha de defesa ou de ataque em casos de posse acabam sendo surpreendidos por argumentos inesperados e perdem a oportunidade de posicionar a posse de seu cliente de forma convincente desde o início.
A estratégia de argumentação deve considerar todos os aspectos que possam ser explorados pelo advogado adversário. Isso inclui prever possíveis pontos de ataque e já preparar contranarrativas que protejam a defesa do cliente. Muitos advogados, no entanto, preferem improvisar, o que compromete seriamente a qualidade da defesa e o resultado do caso.
Um advogado que se antecipa aos movimentos do oponente, reforçando sua argumentação com provas e construindo uma linha de defesa coerente e sólida, terá uma chance significativamente maior de sucesso. O preparo minucioso da argumentação gera confiança no cliente e transmite ao juiz uma postura segura e profissional, elementos que influenciam diretamente a decisão final.
Outro erro fatal é desconsiderar o lado emocional do cliente em um caso de posse, um ponto frequentemente negligenciado, mas que pode impactar diretamente a condução e o resultado do processo. Em disputas sobre posse, o cliente geralmente tem um envolvimento pessoal intenso com o bem, especialmente se ele for residencial ou familiar. Essa conexão emocional precisa ser levada em conta para uma defesa eficaz.
Advogados que ignoram as necessidades emocionais do cliente acabam transmitindo uma postura fria, o que pode desmotivar e desorientar o cliente durante o processo. Ao demonstrar empatia e preocupação com o aspecto pessoal da disputa, o advogado fortalece a relação com o cliente, que se sente mais seguro e confiante, elementos que o ajudam a colaborar melhor no andamento do processo.
Portanto, um advogado atento não só aos aspectos legais, mas também à dimensão humana do caso, cria uma base sólida de confiança. Isso pode ser decisivo em momentos críticos, onde o cliente precisa de apoio para continuar, especialmente se o caso se estender por muito tempo. A construção dessa relação impacta positivamente o sucesso do processo e é um diferencial importante para o advogado.
O direito de posse é uma área em constante evolução, com novas interpretações, jurisprudências e mudanças na legislação que afetam diretamente o desenrolar dos casos. Muitos advogados acabam cometendo o erro fatal de não se atualizarem sobre essas mudanças, o que pode resultar em decisões desfavoráveis e até mesmo na perda de direitos para o cliente.
Ignorar atualizações e não revisar jurisprudências recentes é especialmente perigoso em casos de posse, onde detalhes técnicos e decisões prévias podem ser decisivos. Advogados que permanecem atualizados estão melhor equipados para argumentar e refutar pontos levantados pela parte contrária, protegendo o cliente contra interpretações desfavoráveis.
Manter-se informado sobre as últimas decisões e precedentes permite ao advogado ajustar sua estratégia conforme necessário e antecipar possíveis desafios durante o julgamento. Essa prática demonstra um compromisso com a excelência e com a busca dos melhores resultados para o cliente, algo que diferencia um profissional atualizado de um que está em desvantagem por falta de conhecimento técnico atualizado.