Um dos erros mais graves e comuns na tributação de pessoa jurídica é optar pelo regime tributário incorreto. A escolha entre Lucro Real, Lucro Presumido e Simples Nacional vai muito além de uma simples decisão administrativa; ela impacta diretamente o valor de tributos pagos. Escolher o regime errado pode elevar significativamente a carga tributária da empresa, comprometendo sua lucratividade.
Empresários, principalmente os de pequenas e médias empresas, muitas vezes escolhem o regime tributário sem fazer uma análise aprofundada das projeções de faturamento, margens de lucro e gastos operacionais. Isso pode levar a custos desnecessários ou ao pagamento de tributos elevados, que poderiam ser evitados com a estratégia correta. Em certos casos, o Lucro Real, por exemplo, pode beneficiar empresas com margens de lucro reduzidas, pois permite a dedução de despesas. Já o Lucro Presumido pode ser vantajoso para empresas com margens altas, mas que possuem menos despesas dedutíveis.
Portanto, antes de decidir sobre o regime, é crucial que a empresa consulte um contador especializado, realize uma análise detalhada de seus números e projeções e revise essa escolha periodicamente. Em um cenário de mudança de mercado ou expansão, a decisão do regime pode precisar ser alterada para evitar o desperdício de recursos financeiros. Escolher o regime errado não é apenas uma questão de cálculo, é uma falha estratégica que pode colocar a empresa em um caminho arriscado.
Outro erro que pode ser fatal para a saúde financeira da empresa é negligenciar o planejamento tributário. A falta de planejamento adequado gera uma tributação desorganizada, com pagamentos a maior e multas desnecessárias. Esse erro acontece quando a empresa não utiliza métodos legais para otimizar seus tributos, acabando por pagar mais impostos do que realmente deveria.
Um planejamento tributário eficiente permite que a empresa organize suas finanças e deduza despesas permitidas, faça compensações e aproveite incentivos fiscais. Ao deixar de lado o planejamento, muitas empresas acabam comprometendo sua lucratividade e até mesmo sua competitividade no mercado. A falta de uma análise detalhada sobre os incentivos disponíveis, como benefícios para exportação, setores prioritários ou investimentos em tecnologia, resulta em uma alta carga tributária que poderia ser evitada.
Para corrigir isso, o empresário deve considerar o planejamento tributário como uma parte essencial da sua estratégia financeira. Consultar profissionais especializados, como contadores e consultores fiscais, pode ajudar a empresa a identificar as melhores práticas e reduzir sua carga tributária sem violar a legislação. Ignorar o planejamento tributário é um erro que coloca a empresa em desvantagem e deixa recursos valiosos nas mãos do Fisco.
O terceiro erro, extremamente comum, é não manter um controle rígido sobre os prazos de pagamento e as obrigações acessórias. Isso inclui a entrega de declarações, recolhimento de tributos e cumprimento de normas legais que regem a atuação da empresa. A não observância desses prazos pode resultar em multas, juros e até mesmo sanções mais graves para a empresa.
A ausência de um controle adequado sobre as obrigações tributárias é uma falha de gestão que leva a perdas financeiras constantes. Com tantas obrigações acessórias e prazos diferentes, é fundamental que a empresa adote ferramentas de gestão financeira e contábil que permitam o controle automático dos prazos. Empresas que contam com sistemas de ERP (Enterprise Resource Planning) têm uma grande vantagem nesse aspecto, pois o software auxilia no monitoramento e no cumprimento dessas obrigações.
A melhor prática é implementar uma rotina de acompanhamento e auditoria de prazos, seja por meio de profissionais internos ou externos. Negligenciar essas obrigações pode parecer um erro simples, mas as consequências podem ser extremamente custosas. Esse é um detalhe que pode fazer a diferença entre manter a empresa em conformidade com o Fisco ou pagar o preço com multas e juros altos, desnecessários e evitáveis.
A escrituração contábil é um dos pilares para uma boa gestão tributária, e subestimar sua importância é um erro grave. Muitas empresas, ao buscar reduzir custos, acabam negligenciando a contabilidade, deixando de registrar operações adequadamente ou mesmo utilizando métodos ultrapassados. Isso compromete a transparência das informações e pode levar a autuações fiscais.
Uma escrituração contábil bem-feita fornece uma visão clara da saúde financeira da empresa, facilita o planejamento tributário e ajuda na correta apuração dos impostos devidos. Sem essa prática, a empresa pode perder oportunidades de dedução, enfrentar dificuldades em fiscalizações e até ser penalizada por inconsistências nas informações. A ausência de uma escrituração detalhada também dificulta a tomada de decisões estratégicas, já que a falta de dados confiáveis impede uma análise realista do desempenho da empresa.
Para evitar esse erro, a empresa deve contar com um contador capacitado ou uma equipe contábil que mantenha a escrituração em dia e garanta que todas as operações sejam registradas conforme a legislação. Investir em contabilidade de qualidade é um diferencial estratégico, e ignorar essa necessidade pode trazer consequências financeiras graves, além de problemas com o Fisco.
O último erro da lista é a falta de revisões e auditorias regulares nos processos tributários e financeiros da empresa. Mesmo que a empresa acredite que está cumprindo todas as obrigações, a ausência de auditorias periódicas pode levar à perpetuação de erros e inconsistências que, ao longo do tempo, se tornam graves e caros.
Auditorias regulares ajudam a identificar inconsistências, corrigir falhas processuais e assegurar que a empresa está em conformidade com a legislação tributária vigente. Além disso, revisões periódicas permitem que a empresa ajuste suas práticas e explore novas oportunidades de economia. Empresas que não realizam auditorias acabam ficando desatualizadas e correm um risco maior de autuações fiscais, que podem incluir pesadas multas e sanções.
A recomendação é que empresas realizem auditorias ao menos uma vez por ano, utilizando o suporte de consultores externos ou equipes especializadas. Essa prática não apenas garante conformidade, mas também traz uma visão estratégica que pode evitar problemas futuros e gerar economia. Ignorar as auditorias é um erro que transforma uma boa prática de prevenção em um risco elevado de prejuízos financeiros.