Um dos maiores erros cometidos por advogados ao auxiliar na incorporação é não dar a devida atenção à escolha da estrutura jurídica apropriada. A pressa ou a falta de conhecimento especializado pode levar à seleção de uma forma incorreta de sociedade, o que pode expor os administradores a responsabilidades não desejadas.
Quando a estrutura jurídica não é corretamente ajustada às necessidades e objetivos da empresa, os administradores podem acabar assumindo responsabilidades pessoais que poderiam ser evitadas com uma configuração mais adequada. Isso pode resultar em perdas financeiras e até mesmo em ações judiciais contra os administradores.
Os advogados precisam realizar uma análise detalhada das operações e dos planos futuros da empresa para sugerir a melhor estrutura jurídica. Caso contrário, o impacto pode ser devastador, deixando administradores vulneráveis a riscos que poderiam ser facilmente mitigados.
Outro erro crítico é a falta de atenção às cláusulas de limitação de responsabilidade. Quando advogados deixam de incluir ou reforçar essas cláusulas nos contratos e estatutos sociais, os administradores podem ser pessoalmente responsabilizados por dívidas e obrigações da empresa, o que compromete sua segurança patrimonial.
Em uma incorporação bem-sucedida, essas cláusulas são essenciais para proteger os administradores, assegurando que, em caso de falência ou problemas legais, seus bens pessoais não sejam afetados. O problema surge quando, por falta de planejamento ou por simples descuido, essas proteções legais não são devidamente implementadas.
Os administradores precisam confiar que os advogados estão priorizando sua segurança. Quando isso não acontece, além dos prejuízos financeiros, a reputação da empresa e dos profissionais envolvidos também fica em risco, gerando uma cadeia de problemas que poderiam ser evitados com um planejamento adequado.
As questões tributárias costumam ser complexas e variam dependendo do tipo de negócio, da localização e de outras variáveis. Advogados que não realizam uma avaliação detalhada das obrigações fiscais que a empresa enfrentará após a incorporação correm o risco de expor os administradores a responsabilidades tributárias inesperadas.
Um dos principais erros é acreditar que a simples escolha da estrutura de incorporação resolverá todos os problemas fiscais. Na realidade, uma estratégia tributária precisa ser cuidadosamente desenhada para proteger os administradores e garantir que eles não enfrentem pesadas multas ou outros tipos de sanção por inadimplência ou por não seguir as regras adequadas.
Os administradores dependem da expertise dos advogados para evitar armadilhas fiscais. Quando esses cuidados não são tomados, a empresa e seus gestores podem enfrentar complicações que afetam gravemente sua operação e credibilidade no mercado.
Um dos erros mais recorrentes, e perigosos, é a negligência em relação à contratação de seguros específicos para proteger os administradores. O seguro de responsabilidade civil é uma ferramenta essencial para evitar que os administradores arquem com danos pessoais em caso de ações judiciais ou outros problemas legais envolvendo a empresa.
Quando esse aspecto é ignorado, os administradores ficam completamente expostos a qualquer tipo de litígio que possa ocorrer, seja por má gestão, seja por problemas externos que a empresa venha a enfrentar. O impacto financeiro de uma ação judicial pode ser catastrófico se não houver essa camada de proteção.
Os advogados precisam garantir que os administradores estejam cientes da importância desse seguro e devem trabalhar para incluí-lo nos planos de proteção. É um erro subestimar essa necessidade, especialmente em mercados voláteis e altamente regulados, onde as chances de processos legais aumentam significativamente.
Finalmente, um erro que pode causar grandes problemas a longo prazo é a ausência de uma estrutura clara de governança corporativa. Advogados que falham em orientar seus clientes sobre a importância de estabelecer regras, políticas e comitês adequados para a gestão da empresa acabam criando um ambiente propício a problemas legais e administrativos.
Uma governança corporativa bem estruturada ajuda a distribuir responsabilidades de forma adequada e a garantir que todos os administradores e executivos estejam alinhados com as melhores práticas de gestão. A falta disso pode resultar em conflitos internos, decisões mal planejadas e, eventualmente, em litígios entre sócios ou entre a empresa e terceiros.
Além de evitar problemas, uma governança sólida é também um sinal de que a empresa está preparada para crescer de forma sustentável. Advogados que negligenciam esse aspecto estão, na verdade, abrindo portas para problemas futuros, colocando tanto a empresa quanto seus administradores em situações arriscadas.